Salvando corais, criando arte: A comovente história da “Mulher Coral” e o que ela ensina a nós, viajantes

Os recifes de coral são as florestas tropicais dos oceanos e desempenham um papel crucial em nosso ecossistema. Em seu artigo, a crítica hoteleira Andrea Labonte destaca a história inspiradora de Uma Mani, uma artista e ativista ambiental apaixonada por proteger esses fascinantes mundos subaquáticos.
Há mais de 15 anos, Uma Mani me acompanha através de oceanos e fronteiras na minha vida como testadora de hotéis de bem-estar. Ela me lembra da importância de sempre manter um olhar protetor sobre a natureza ao viajar. Afinal, muitas vezes é exatamente isso que nos fascina tanto em nossas jornadas. Sua coragem, seu compromisso incansável e sua criatividade artística me tocam e inspiram continuamente.
Andrea Labonte tem uma profissão incomum: como testadora de hotéis de bem-estar para o guia de hotéis online Wellness Heaven, ela descobre destinos de spa únicos há 20 anos – lugares inspiradores com cenários naturais fabulosos e ideias brilhantes para mais saúde e regeneração. Como parte da série de entrevistas "Mindful Moments – Conversations that Touch" (Momentos de Atenção Plena – Conversas que Tocam) da revista Wellness Heaven, ela também conversa regularmente com personalidades de destaque da indústria do turismo. Sua formação profissional: estudou administração de empresas em Mainz e Paris e trabalhou em marketing em diversos setores, mais recentemente por seis anos para um dos maiores grupos internacionais de artigos de luxo. Tendo testado mais de 500 hotéis de bem-estar, Andrea Labonte tem uma ampla base de comparação e sabe o que importa para o viajante de bem-estar exigente.
Quando Uma Mani fala de recifes de coral, sua voz começa a brilhar, e você imediatamente sente a admiração e o amor que ela sente por esses mundos subaquáticos coloridos. Mas não é apenas a beleza que a comove. É a consciência de quão ameaçadas essas maravilhas naturais estão — e o que sua perda significaria para todos nós.
E assim, especialmente no Dia Mundial dos Oceanos da ONU, em 8 de junho, Uma Mani, como artista e ativista ambiental, defende a mudança que nossa relação com a natureza – especialmente com os oceanos – precisa tão urgentemente: aos quase 50 anos, a indiana superou o medo do mar, aprendeu a nadar e, em seguida, a mergulhar. Pouco depois, como mergulhadora certificada PADI Open Water Scuba Diver, tornou-se protagonista do premiado documentário "Coral Woman".
No filme da diretora Priya Thuvassery, acompanhamos Uma Mani em uma jornada entre arte, coragem e transformação. O documentário não apenas mostra as paisagens subaquáticas hipnotizantes da Índia e das Maldivas, mas também documenta como uma mulher confronta seus medos para proteger o que ama e inspira. "Eu não queria apenas pintar os corais, eu queria entendê-los", diz Mani. "E isso só é possível se você realmente os encontrar."

O encontro com o mundo subaquático tornou-se uma experiência profunda para Uma Mani. Ela descreve seu primeiro mergulho como uma espécie de renascimento — o momento em que viu um recife de coral vivo pela primeira vez a mudou para sempre. De repente, os temas de suas pinturas deixaram de ser simplesmente inspirados por fotografias — passaram a ser testemunhos de uma conexão pessoal. Mas com a admiração veio a preocupação: " Vi corais mortos e habitats destruídos. Isso me abalou profundamente."
Os recifes de corais são muito mais do que apenas um tema fotográfico popular para praticantes de snorkel e mergulho. Eles são as florestas tropicais dos oceanos – ecossistemas complexos e altamente sensíveis que abrigam cerca de um quarto de todas as espécies marinhas conhecidas. Os recifes fornecem abrigo e áreas de desova para peixes, sustentam as indústrias globais de pesca e turismo, são uma fonte de inovações médicas e protegem nossas costas de tempestades e erosão. E, por último, mas não menos importante, são essenciais para conter a elevação do nível do mar induzida pelo clima. "Portanto, se perdermos os recifes de corais, também perderemos uma parte significativa do nosso sustento", alerta Uma Mani.
Inspirada por essa constatação, Uma Mani começou a usar sua arte especificamente para proteger os oceanos. Suas imagens vibrantes e coloridas retratam não apenas o esplendor de recifes saudáveis, mas também as ameaças que eles enfrentam. Elas documentam a beleza e, ao mesmo tempo, servem como um alerta. Em exposições, palestras e workshops, ela busca abrir corações — especialmente os dos viajantes. Porque o turismo, ela enfatiza, pode ser um destruidor ou um protetor. E cabe a nós determinar qual o seu papel.
"Viagens sustentáveis estão se tornando cada vez mais importantes, especialmente em regiões sensíveis como as Maldivas", afirma. Muitos viajantes têm um forte desejo de relaxar em meio à natureza intocada. Mas isso traz consigo uma responsabilidade cada vez maior. Para Uma Mani, o turismo responsável começa com a educação: " Aqueles que sabem a fragilidade dos recifes de coral os verão com outros olhos – e os tratarão com mais respeito." Por isso, o desejo sincero de Uma é que hotéis, resorts e turistas se unam e se comprometam com a proteção dos oceanos.
Há muitos exemplos de iniciativas ambientais direcionadas:
- Passeios de mergulho com snorkel e cilindro em locais que respeitam os recifes, onde os hóspedes são informados sobre a fragilidade dos corais, a importância de protetores solares seguros para os recifes e como tratar o habitat marinho com respeito.
- Caminhadas na natureza e passeios de trekking acompanhados de introduções à biodiversidade e à conservação da natureza – idealmente conduzidos por guias locais ou organizações ambientais.
- A observação da vida selvagem deve ser feita sem perturbações – sem perturbações para fotos, sem contato questionável com animais, não importa quão tentador seja tirar uma selfie com um tubarão-baleia, uma tartaruga ou uma arraia-manta.
- Palestras ou exposições com ambientalistas, artistas ou pesquisadores marinhos locais para criar uma conexão emocional mais profunda entre os viajantes e o ecossistema visitado.
- Promova estadias sem plástico substituindo plásticos de uso único por alternativas biodegradáveis, estações de reabastecimento de água potável e dispensadores reutilizáveis para produtos de higiene.
- Patrocínios interativos de corais , onde os visitantes “adotam” um fragmento de coral e recebem atualizações sobre seu crescimento.
- Ecovoluntariado , como limpeza de praias, plantio de manguezais ou como parte de projetos de ciência cidadã.
Esses programas não beneficiam apenas o meio ambiente, mas também enriquecem profundamente a experiência de viagem. É importante que todos tenham acesso a experiências de viagem sustentáveis — não apenas os viajantes de luxo, mas também aqueles com orçamento mais limitado.
Para os próprios viajantes, a contribuição muitas vezes começa com a própria atitude: aqueles que viajam com curiosidade, respeito e atenção plena não só causarão menos danos, como serão tocados muito mais profundamente. O apelo de Uma a nós, viajantes, é, portanto, urgente: "Em última análise, trata-se de uma mudança de pensamento: a natureza não é um mero cenário para o nosso desfrute — é um sistema vivo do qual fazemos parte. Quando viajamos com humildade, respeito e responsabilidade, cada encontro com a natureza se torna algo maior — uma fonte de transformação pessoal, não de exploração."
Uma Mani assumiu muitos papéis — como mãe, artista e ambientalista. Sua história mostra que nunca é tarde para se posicionar em prol do planeta. "Gostaria de ter começado antes", diz ela. "Mas cada pequena ação conta — e nunca é tarde para retribuir à natureza." Uma mensagem que perdura — assim como as imagens vibrantes de Uma.
Este artigo é do Círculo de ESPECIALISTAS – uma rede de especialistas selecionados com conhecimento profundo e muitos anos de experiência. O conteúdo é baseado em avaliações individuais e está alinhado com o estado atual da ciência e da prática.
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